terça-feira, 30 de dezembro de 2014



Meu primeiro inverno com uma carteira de motorista




O chao coberto de neve lá fora, tao branquinha e fofa, pode por vezes deixar meus amigos no brasil com uma invejinha branca. Como brasileira que morou em seu país natal durante os primeiros 23 anos de sua vida sem nunca antes ter conhecido o exterior de forma alguma, eu sei bem o que é o sentimento de curiosidade e euforia que existe no coração de qualquer brasileiro em relacao a um inverno branquinho. A gente se imagina fazendo guerra com bolas de neve, construindo um boneco e tomando um toddy quentinho depois da brincadeira para se recuperar. E até que existe mesmo esse lado do inverno. É bom se divertir na neve. O que a gente não vê nos filmes de natal estilo “Esqueceram de mim” é o caos que acompanha essa época do ano.

Para mim que tirei minha carteira de motorista a menos de seis meses, esse inverno vem não apenas acompanhado de tédio, por passar maior parte do tempo trancada em casa, e depressao pela ausência do sol, mas pela primeira vez sinto uma grande preocupacao: como vou chegar ao meu trabalho quando acordar e as ruas estiverem cobertas de neve? O caminho que faco para chegar ao meu trabalho é um trecho com curvas e floresta de pinhos. Eu ainda sequer ousei me imaginar dirigindo por aquele caminho.

Mesmo com o tempo bom eu tenho ciencia das minhas dificuldades atrás de um volante. E não me venha com essa conversa fiada machista de que isso é porque eu sou mulher. Não senhor. Eu sou um ser humano em perfeita saúde física e mental. Sou capaz de dirigir um carro como qualquer ser humano, independente de meu gênero. Se possuo dificuldades sei bem que elas estao unicamente relacionadas à minha falta de experiência. Exatamente isso é que me faz ter receio de dirigir na neve. Eu nunca dirigi no inverno antes. Não sei como devo agir para evitar situacoes de risco e temo pelas minhas decisoes.

Fato é que experiencia só se adquire fazendo. Eu vou aprender com meus erros e acertos. Algumas vezes vou tomar decisoes certas, outras vezes não. Ás vezes vou me sentir com medo, outras vou me sentir confiante. Não há outra forma de melhorar minha habilidade em qualquer atividade se não for com a prática. É escrevendo que um escritor pode aperfeicoar seus textos. É tocando guitarra que um guitarrista aprende mais acordes.  E o velho, porém sincero cliché: é vivendo que se aprende. Sentir medo é humano e inevitável. A pergunta que vale ser feita é: esse medo vai me manter no casulo por quanto tempo?

Acho que também vale a pena repensar que o tempo de inércia só torna ainda mais dificil a saída da zona de conforto. Sem falar no peso que é viver todo o tempo com a sensacao de que há algo a ser resolvido e que está sempre sendo adiado. É raro nos sentirmos de fato preparados para os desafios da vida, seja eles quais forem. Nunca vi uma grávida dizendo-se preparada totalmente para ser mae, ou alguém a um passo de mudar de carreira se dizendo pronto para a readaptacao. O que vemos são pessoas corajosas, que preparadas ou não, aceitam o desafio e fazem o seu melhor. O inverno está aí. A neve cai lá fora sem me perguntar quantas vezes eu já dirigi numa rua congelada e escorregadia. Não me perguntou se há curvas no caminho para o meu trabalho. O tempo de enfrentar esse desafio chegou para mim. É hora de levantar a cabeca, tomar coragem e dar o meu melhor. Erros e acertos haverao. Assim é a vida. E se não fosse assim, talvez não tivesse graca.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Aeroporto de Guarulhos: o pior do mundo



Não sou eu que estou dizendo. Só estou repassando o que o site Wall St. Cheat Sheet noticiou em 9 de janeiro desse ano em uma lista (provavelmente nao oficial) com os 10 piores aeroportos do mundo.

Claro que não fiquei pulando de alegria com a notícia, mas de certa forma também não fiquei surpresa.

Geralmente o vôo que eu faço pra visitar minha família tem conexão lá. E quase sempre é muito estressante, quase que um desespero ter que passar pelo aeroporto de Guarulhos.

Nas nossas idas e vindas daqui pra lá e de lá pra cá ao longo dos anos, acabamos colecionando um número razoável de experiências desagradáveis nesse aeroporto. Mas eu vou me ater a nossa última viagem. Vamos lá.

Logo que desembarcamos, passamos pela imigração com aquela folinha na mão que tivemos que preencher ainda no vôo. Não houve ninguém que recolhesse ela da gente. Foi meio que, preencher um papel pra nada. Mas o pior é a sensação de não ter entregado um documento e pensar que isso poderia nos causar problemas. Afinal, se o preenchimento desse papel é obrigatório, ele deve ter lá sua importância, não? Mas cada funcionário que a gente tentava entregar o papel dizia: "Não, não é pra mim que você entrega não." E também não sabia dizer a quem deveria ser entregue.

Meu marido ainda teve o problema que a moça que o atendeu na imigração não falava outro idioma além do português. Ela perguntou alguma coisa pra ele que ele não entendeu. Ele perguntou primeiro pra ela em inglês "Do you speak English?" e ela só continuou falando com ele em português. Depois ele usou o pouquinho, bem pouquinho mesmo que ele sabe de português e disse "Eu não falo português. Você fala inglês?" Ela olhou pra ele e disse um "AH!" muito indelicado. Carimbou o passaporte dele e deixou ele entrar. Não me venha dizer que a obrigação dele é saber falar português já que ele está tirando férias no Brasil porque isso seria uma falácia. Ele não mora no Brasil e não tem por quê aprender o idioma. Você, por acaso, se acharia na obrigação de aprender indonésio só pra passar férias na Indonésia? E se depois você no ano seguinte resolvesse passar férias na Rússia? Ía ter que aprender russo também? Eu não veria problema nenhum se isso tivesse acontecido numa padaria ou qualquer lugar do tipo. Os brasileiros também não tem obrigação de aprender inglês, caso não queiram. Mas num aeroporto internacional? Onde os funcionários lidam com os mais diversos turistas todos os dias o dia todo? Um funcionário de um aeroporto internacional que não fala inglês é como uma babá que não troca fraldas. Faça me o favor.

Depois disso, pegamos a mala e despachamos a mala outra vez. O nosso check in já havia sido feito até a cidade de destino, mas precisávamos saber qual seria o nosso gate. No balcão da companhia aerea os atendentes também não sabiam. Entregaram um ticket impresso num papel vagabundo que fazia o papel da minha impressora de casa, onde eu já tinha feito o meu check in online, parecer coisa fina. Tudo bem, aí nao é problema do aeroporto, e sim da companhia aerea que nao se dá o trabalho de pelo menos usar um papel mais decente para os tickets. Só que eu também acho isso, no mínimo feio. É corte de gastos na cara dura. E pelo preço que pagamos, acho que deviam sim se dar o trabalho de providenciar um papel que se pareça mais com uma passagem de avião do que com uma nota fiscal de supermercado. Enfim. Eu já tinha meu ticket de casa. Não precisava de outro. A única coisa que eu precisava era saber o nosso gate e essa era justamente a informação que eles mesmos não tinham. Pediram pra eu prestar atenção no auto falante e nos painéis porque é assim que seria anunciado.

Cansados de um vôo de mais de 11 horas, precisávamos muito de usar o banheiro e escovar os dentes. Quando entrei no banheiro feminino... Que horror! Um fedor de embrulhar o estômago. As lixeiras cheias que não tinha mais como jogar lixo nela sem cair no chão. O chão molhado... Preferi não imaginar que molhado era aquele. Um nojo! Aí alguém diz: "Não, mas a culpa é das pessoas também que usam o banheiro igual animal" Pode até ser. Mas se houvesse alguém responsável pela limpeza que ficasse dentro do banheiro tomando conta, essas pessoas se sentiriam intimidadas a fazer essas porqueiras. Depois perguntei ao meu marido se a situação do banheiro masculino estava melhor e ele disse que não.

Agora precisávamos vigiar os painéis pra ver onde seria o nosso gate. Até o gate aparecer foi um estresse danado. Você se pergunta o tempo todo se há alguma coisa errada. Enfim apareceu o nosso gate. Era um número que eu não lembro mais e a letra C. Vimos uma placa com aquele número mais as letras de A-H indicando uma escada rolante. Quando descemos vimos que ali era uma sala com espaço suficiente para um gate só, talvez, com muita boa vontade um gate e meio. No entanto, ali funcionavam 8 GATES!!!! Os gates de A-H!!! Estava tão lotado, quase não havia lugar para sentar. As pessoas disputavam os poucos lugares que haviam quase que no bate boca. Óbvio. Cansados de suas viagens, quem nao quer se sentar? Outras pessoas sentavam no chão mesmo ou em cima das suas bagagens. Filas e filas se misturavam enquanto uma funcionária gritava o tempo todo quais os embarques estavam sendo feitos. Meu marido e eu ficamos ali em pé parados esperando a moça gritar o número do nosso vôo. O espaço era tão apertado para um número tão grande de filas que era difícil diferenciar quem estava na fila de quem só estava parado esperando. Ou seja, não havia lugar nem para sentar, nem pra ficar em pé. De repente uma fila foi se formando e vindo na direção onde eu e meu marido estávamos. Não havia muito para onde ir, então a gente deu uns dois passos para o lado pra ninguém achar que também estávamos na fila. Mas pelo jeito não foi o suficiente. De repente uma fila começou a se formar atrás da gente também e eu só percebi isso quando uma moça atrás da gente gritou comigo: "VAAAAAI!" Ela queria que a gente andasse com a fila. Só depois é que ela percebeu que nós não estávamos na fila.

Enfim chegou a hora do nosso embarque. Entramos no avião. Um suspiro de alívio. Sobrevivemos.

Voltando a questão, se Guarulhos é ou não é o pior aeroporto do mundo, isso eu deixo para cada um decidir. As palavras "melhor" ou "pior" são juízo de valores. Não necessariamente o que eu acho pior vai ser o que você vai considerar pior. Mas olhando pelo lado que meu marido e eu viajamos em setembro pra o Brasil, ou seja, baixa temporada, e pensando que a copa do mundo já bate na porta, fica a pergunta: Como é que o pessoal vai se virar durante a copa quando o número de passageiros for muuuuuuuito superior ao de costume?

Vai saber. Na dúvida prefiro assistir a copa aqui em casa com uma cervejinha.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

10 Coisas normais na Alemanha, que podem parecer meio nojentinhas pra um brasileiro

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1. Soar o nariz sentado à mesa.

Pois é, os alemães fazem isso direto. Não apenas à mesa, mas em qualquer situação em que se precisa soar o nariz, não importa se tem alguém por perto ou não. Nojento não é assoar no nariz na frente dos outros, não na Alemanha. Ficar fungando é que é nojento além de fazer mal pra saúde.

2. Lavar louça mergulhando na àgua morna com uma gotinha de detergente.

Geralmente a louça é lavada na máquina de lavar louças, que por aqui não custa tão caro como no Brasil. Só que há algumas peças que não podem ser colocadas na máquina, como facas que podem ficar cegas e panelas anti-aderente que podem descascar. Então enche-se a pia com água morna, quase quente, pinga-se um pouquinho de detergente, e com um paninho (Lappen) tira-se a sujeira da louça. Pronto. "Mas não precisa enxaguar depois?" Não. Não acreditou que a louça fica limpa? Não tem problema. Eles também não acreditam que a louça fica limpa quando eu digo que lavamos com água corrente fria no Brasil.

3. Beber no gargalo e compartilhar a garrafa.

Muitas vezes, quando compramos algo para beber, os locais de venda não oferecem copos. Então vai no gargalo mesmo. Aí quando um amigo que comprou água pra ele resolve oferecer a própria água pra todos os outros amigos juntos, inclusive você, pode ser que role aquele nojinho de beber água no mesmo gargalo que todo mundo bebeu. Nesse caso pode-se agradecer dizendo que não está com sede e esperar até achar um lugar pra você comprar uma garrafa pra você. E rezar para que ninguém queira beber na sua garrafa depois. É o que eu geralmente faço.

4. Enfiar uma colher que já foi colocada na boca dentro da panela.

Isso é algo que eu já vi direto aqui. E incrívelmente ninguém achou isso nojento ou mal-educado. E mais incrívelmente ainda, o resto da comida nao azedou depois.

5. Dar banho nos filhos só aos sábados.

Pois é. Tadinhas das crianças, né?! Mas isso muda de família pra família. Há famílias que fazem assim (muitas, à propósito), outras preferem dar banho nos filhos todos os dias, assim como a gente faz no Brasil.

6. Entrar com cachorro em restaurantes ou lojas.

"Mas e se o cachorro fazer xixi?" "Ou se cair pêlo de cachorro na minha comida?" Pois é, essas perguntas também passam pela minha cabeça. Mas se o dono do estabelecimento não reclama, não serei eu que vou reclamar.

7. Pegar o hamburguer com a mão ao invés de usar um guardanapo.

Na verdade eu nem sei porque a gente no Brasil prefere segurar um hamburguer com um guardanapo. Se a gente quer evitar de sujar a mão, ou se é pra não sujar o hamburguer com a nossa mão. Mas fato é que os alemães não ligam pra isso. Hamburguer aqui se come é com a mão. "Mas eles lavam as mãos antes de pegar no hamburguer?" Não necessariamente.

8. Nao escovar os dentes depois do almoço.

Deve ser porque eles não comem feijão preto. Se eles tivessem o hábito de comer feijão preto, eles entenderiam a importância de se escovar os dentes depois do almoço.

9. Esquecer o lenço usado dentro do bolso da jaqueta.

Sim. É nojento. Mas vale tudo pra não jogar lixo no chão, o que pra eles sim seria uma nojeira.

10. Comer cogumelos colhidos no bosque

Desde crianças eles aprendem com os avós quais os tipos de cogumelos são comestíveis. Outono é época de procurar cogumelos no bosque. Depois eles levam pra casa, limpam e fazem pra comer. No começo eu achava nojento, mas depois acabei entrando na dança também.

E vocês? Conhecem outros costumes alemães que pareçam meio nojentinhos? Quais? Deixe seu comentário.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Como endereçar um envelope na Alemanha

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Não. Não é a mesma coisa. Eu achei que fosse e tive que jogar o envelope fora quando tinha terminado de preencher.

No meu caso era envelope A4. Enderecei assim como costumava fazer no Brasil. O lado com a abertura com o meu nome e endereço, ou seja, o remetente (Absender) e o verso com o destinatário (Empfänger). Só depois fui avisada que estava errado.

Na Alemanha, em um envelope A4, ambos remetente e destinatário devem ser escritos no verso do envelope, do lado contrário à abertura. O remetente deve ser escrito na parte superior à esquerda e o destinatário na parte inferior à direita. E o selo vem na mesma posicao de sempre: Na parte superior direita.

Num envelope normal, desses de mandar carta mesmo é mais parecido com o Brasil. Escreve-se o remetente no lado da abertura do envelope, porém na parte superior e pode escrever tudo uma linha só. Nao tem problema. O destinatário no verso, geralmente na parte inferior direita, deixando espaço para o selo.

Outra coisa que nao temos costume de fazer no Brasil, mas que aqui é bom fazer como forma de demonstrar respeito é escrever o título "ao Senhor" (Herrn) ou "à Senhora (Frau) antes do nome do destinatário. E quando a carta se trata se uma correspondência internacional é aconselhavel escrever o nome do país em inglês no endereço.

Caso ainda ficou alguma dúvida, eu vou deixar aqui o link de um video ensinando como se preenche um envelope corretamente. Ver alguém fazendo sempre ajuda mais do que só ler como se faz.

http://www.helpster.de/adresse-schreiben-wie-man-es-richtig-macht_16826

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Ano novo! Planos novos!

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Ou nem tao novos assim. Mas o sentimento de renovacao que o ano novo trás consigo faz a gente ter uma vontade danada de colocar em prática os planos que a gente vinha guardando na gaveta. E entre meus planos pra esse ano está o de tirar minha carteira de motorista, o que é algo essencial aqui na cidadezinha onde eu moro.

No Brasil onde eu morava era ônibus na porta de casa a cada 10 ou 15 minutos do máximo e o ponto onde eu descia também era na maioria da vezes pertinho de onde eu queria ir. A passagem nao era lá tao barata mas dava pra pagar. E como eu nao tinha carro, nem planos de comprar um, nunca esquentei a cabeca pra tirar carteira de motorista. Era um documento que nunca me fez falta e de pouco proveito me seria, já que eu nao tinha carro. Seria só um gasto a mais.

E eu que achava a passagem de ônibus nao muito barata no Brasil, quase caí pra trás quando vi o preco da passagem aqui. Muuuuito, mas muuuuuuito mais cara! Enquanto eu pagava R$2,50 no Brasil aqui eu pagava €3,90. Quando eu converti esse valor pra reais quase tive um ataque. Para minha auto defesa entrei num estado de nao-mente e decidi nunca mais converter valores em dinheiro. Sem falar que o ônibus demora muuuito. Coisa de uma hora ou mais. Ou seja, perdeu o ônibus, pode voltar pra casa e tentar uma carona com algum conhecido ou simplesmente adiar o compromisso. Você dificilmente vai chegar lá a tempo. E mesmo quando você consegue pegar o ônibus, o motorista pode demorar bastante pra fazer o trajeto porque ele mesmo é o cobrador. A cada passageiro que sobe, o próprio motorista é quem cobra a passagem e nisso, o ônibus fica lá parado até o motorista poder dirigir de novo. Uma vez o motorista resolveu fazer uma pausa pro lanche bem no meio da viagem e nós passageiros tivemos que ficar lá parados esperando o motorista ir na padaria comprar um pao com linguica pra ele. O engracado é que ninguém reclamou. Pensei: "Rapaz, se fosse no Brasil, esse motorista, no mínimo, seria linchado verbalmente!"

E essas sao algumas das razoes para que eu tire a minha carteira de motorista. Depender de ônibus aqui nao dá.

Dentre os desafios para a carteira de motorista está principalmente o do idioma. A prova pra tirar a carteira é em alemao formal, ou seja, palavras que eu nao ouco no dia-a-dia e portanto provavelmente nunca aprendi. Mas nao há nada que a gente nao consiga aprender se a gente se esforcar, nao é mesmo?! Agora é enfiar a cara nos livros, apostilas, internet e tudo mais que houver que possa me ajudar. Nesse ano teremos uma motorista a mais na família.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Dia de Reis

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Ontem foi dia de Reis, um dia em que criancas aqui na Alemanha, vestidas de reis magos, aparecem na porta da casa da gente pra rezar e pedir uma oferta para a igreja. Como ainda nao me acostumei com essas coisas, a visita das criancas acabou sendo um tanto inusitada pra mim, o que resultou na seguinte mensagem  pra minha melhor amiga no Brasil:

"Fê, passei por uma situação muito sitcom agora! Vieram três crianças de uns 10 ou 12 anos na minha porta rezar pra eu dar dinheiro pra igreja. Eu tava aqui fazendo o almoço, escutei a campainha e abri a porta sem olhar pelo olho mágico pq eu achei que fosse uma prima do Marco que ficou de vir aqui hoje. Quando eu abri e vi as crianças eu não soube o que fazer. Bateu um pânico. Eu não sei rezar em alemão, nao sabia se devia rezar junto ou só olhar, nem sabia quanto de dinheiro eu devia dar e qual seria o momento certo de entregar o dinheiro. Um milhao de coisas passaram tao rápido na minha cabeca que acabou batendo desespero! Aí eu só fechei a porta sem dizer nada e voltei pra cozinha. Depois fiquei pensando no que eu podia ter feito, talvez explicado pra eles voltarem depois... mas já era tarde. Nossa! Que mico!

p.s.: Eles estavam vestidos de reis magos."

E esse foi o meu primeiro mico do ano. 

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Voltando pra casa




Como dizem por aí, triste é a dor do parto, mas temos que partir. Nao sei nem exatamente se  já consigo chamar o retorno pra Alemanha de "volta pra casa". A sensacao é de que minha casa ainda é lá. Mas acho que esse sentimento deve ser normal e espero que aos poucos eu vá me acostumando com meu novo lar.

Na volta eu percebi que meu alemao piorou bastante, tanto pra falar quanto pra entender o que os outros falam comigo, mas também conversando todo dia em português e só falando alemao com meu marido, dá pra entender que meu cérebro ficou preguicoso. Agora é reacostumar com a diferenca de temperatura e de fuso horário. 5 horas de diferenca nao é coisa que se altera assim da noite pro dia. Até essa semana eu ainda acordei no meio da noite achando que era dia. Vai ver que na hora que fui pra cama, meu corpo achou que eu tava indo tirar um cochilo depois do almoco.

Tanta coisa pra arrumar, quanta roupa pra tirar da mala, pra lavar, pra arrumar nas gavetas, geladeira vazia precisando fazer compras, quanto parente querendo ver a gente de novo, lembrancinhas do Brasil pra entregar pro povo daqui... Ainda bem que descansamos bastante nas férias. Voltar de viagem querendo ou nao acaba sendo cansativo.

Agora estamos entrando no outono. As folhas caindo das árvores e o clima frio lá fora me dao uma certa sencacao de melacolia. É como se a vida estivesse deixando claro que acabou uma fase que por sinal foi muito boa. Mas daqui a pouco o inverno tá chegando que, apesar do frio, é uma época muito bonita. A neve fofa cobrindo o chao deixa tudo tao bonito, parece um tapete branquinho em todo o chao.

Fazer o que, né?! As férias acabaram. Agora é voltar pra vida normal de sempre. Trabalhar, limpar, cozinhar, matar saudade da família aos fins de semana via skype... enfim: viver. Afinal, é pra isso que a gente está aqui, nao é verdade?